sexta-feira, 31 de dezembro de 2010

Preparativos para a festa de reveillon...

Descansando um pouco no albergue antes de comecar os trabalhos para a festa de reveillon. Ta vindo muita gente de outras ilhas, todo mundo muito empolgado e feliz e falando com todo mundo, nao tem nada que eu goste mais do que esse clima de final de ano e alegria de ver um novo ano chegando, com novas expectativas e esperanca renovada. Sem duvida, o dia 31 de dezembro eh o meu favorito, e nos nao poderiamos ter escolhido um lugar com uma vibe melhor para comecar 2011. A Tailandia eh, definitivamente, o lugar mais legal que eu ja visitei ateh agora (dizem que o Vietna eh ainda mais, vamos ver). To muito feliz por estar aqui hoje e por 2010 estar acabando... foi um ano estranho, bom e ruim ao mesmo tempo. Em abril aconteceu uma coisa que me deixou muito triste por um bom tempo, mas nada melhor do que a passagem dos meses pra gente perceber que ha males que realmente vem pra bem, e que no fim das contas, o fim de algo que eu achava que era importante foi a melhor coisa que poderia ter me acontecido. Eh incrivel como a cabeca da gente pode mudar e evoluir, e a gente perceber coisas que vao fazer toda a diferenca para o futuro. O mundo eh muito grande e eh muito pequeno, e por causa disso, tudo pode acontecer... definitivamente, temos que saber dimensionar as coisas. 2011 vai ser O ano, e vamos recebe-lo muito bem.

Conhecemos hoje na praia um americano chamado Joseph, de 20 e poucos anos, que esta viajando pelo mundo ha quatro. Ele passa meses em cada lugar trabalhando como consegue, e depois de uma temporada de 6 meses na India, 5 na China e quase morrer de malaria no Laos, esta por aqui agora para a festa, dormindo numa rede no mato e soh com um diario, um caderninho de poesias e um saco de dormir na mochila. Ele ficou nos contando as historias de viagem dele, dando conselhos para nossas proximas viagens, explicando como eh importante a gente comer as frutas primeiro,os carboidratos no meio e as proteinas por ultimo para o bom funcionamento do corpo, conversando sobre livros que recomenda e cantando umas musicas que ele mesmo compos. Sao esses encontros, essas pessoas que conhecemos pelo caminho, que pra mim valem as viagens, valem as aventuras, valem ter uma diarreia dividindo um banheiro sem tranca com 25 pessoas lindas. Tem muita gente no mundo, sabe, tem tao mais coisa por ai pra gente ficar se prendendo, se torturando, sofrendo sem motivos reais... as pessoas, definitivamente, vem e vao, e o que fica eh a familia, os amigos de verdade, as coisas que gostamos de fazer e o que realmente vale a pena.

Mas chega de filosofia barata de quem fica emotiva no ultimo dia do ano. Por falar em gente que conhecemos por ai, ontem passamos a night com a brasileirada que conhecemos no barco. Uma das meninas que ficou andando com a gente, muito engracada, a Larissa, tambem eh jornalista e tem uma agencia de assessoria de imprensa no sul. Jornalista eh mesmo uma praga, se encontra e fica junto ateh no outro lado do mundo. E olha que engracado - disse pra ela o nome da minha empresa e ela me falou que conhecia, porque quando foi escolher o nome da dela, pensou em Dona Comunicacao e procurou na internet o nosso site. Quanta coincidencia eh isso - soh nao eh mais do que o que aconteceu em Bangkok, isso sim foi bizarro -Ha uns 6 meses, no Rio, tive um sonho com um garoto chamado Paul Leadbetter, e esse nome ficou na minha cabeca e ateh anotei no meu diario. Ai fui procurar no Facebook e vi que essa pessoa realmente existia e morava na Australia. Ok, o tempo passou, esqueci. E eis que em plena Khaosan Road, quem eu conheco -- o proprio. Era um dos pedreiros que vieram falar com a gente no bar. Eu tinha uma sensacao estranha de que ja o conhecia de algum lugar, ai fui olhar no meu diario e vi que era com ele que eu tinha sonhado. Bizarro! Poderia ser uma linda historia de amor, mas nao, nao eh o caso, eh soh uma coincidencia muito estranha mesmo, que se me contassem, eu nao acreditaria. Alias, ate agora nao consigo acreditar nisso... hehe

Amanha prometo que, se acordar no estado otimo de temperatura e pressao depois da festa, faco um post detalhado sobre como foi o reveillon e as loucuras que vimos por aqui, com fotos. Ja tenho coisas pra falar sobre as outras festas, mas to deixando tudo pra um texto soh pra nao apurrinhar demais as 3 ou 4 pessoas queridas que se dao ao trabalho de ler o meu blog. haha No mais, fico por aqui e quero desejar um 2011 excelente pra todos!!

quinta-feira, 30 de dezembro de 2010

E depois do post, algumas fotos...


O aviso do tsunami e uma placa com a altura de onde a agua chegou em Maya Bay, 2m. Dia 26 fez 6 anos que tudo aconteceu, e como Phuket foi um dos lugares mais atingidos, fizeram uma homenagem para as vitimas por la, uns baloes acesos no ceu e tal. Mas caiu uma chuva tao forte e interminavel nesse dia, que acho que nada acabou acontecendo e eu fiquei quase achando que dessa vez uma inundacao eh que ia destruir a cidade...



Nada mau, hein

Mergulhando em Koh Phi Phi



Na selva de neon dePhuket, em frente a um tuc-tuc e um dos principais clubes de strip-tease da cidade

Mais um dia, mais praias

Acabamos de chegar do passeio de barco Reggae Sea Adventure, aqui em Haad Rin. Nao era nada alem de um barquinho de pescadores carregado de turistas e uns caras sem a menor nocao de nada para mostrar duas prainhas bem meia-boca. A mare estava muito alta e por isso nao daria para chegarmos na cachoeira, que era a atracao principal. O barco era muito desconfortavel e algumas pessoas acabaram desistindo numa parada do passeio e pegando um barco taxi para voltar pra vila, mas o grupo que ficou era bem legal, cheio de gente do albergue e varios brasileiros que estao viajando por aqui (um deles descobri que eh meu vizinho na Julio de Castilhos - que mundinho!), entao foi divertido. O ponto inusitado da viagem foi quando, la pelas 3 da tarde, o barqueiro abriu um maco de Marlboro e tirou varios baseados, distribuindo pra todo mundo. Nos nao fumamos, mas achamos bem engracado ver como as pessoas ficaram meio abobalhadas e surpresas por ganharem maconha (talvez essa seja a razao do nome do passeio, ja que nao tocou reggae nem uma vezinha na viagem). A Tailandia eh um pais esquisito nesse sentido... se pegam o turista com drogas na rua eles prendem e cobram uma multa enorme, mas eh permitido fumar em bares, barcos. restaurantes. Tem ateh um bar na praia que vende maconha e cha de cogumelo, o povo vive falando disso por aqui.

Era pra gente ter feito esse passeio ontem, mas pra variar nao conseguimos acordar, entao acabamos ficando na praia aqui em Haad Rin Nok mesmo. E que praia! Agua morna e azulzinha, soh gente bonita e acontecendo torneios de futebol e volei com times de turistas de todos os lugares... parecia muito que a gente estava num filme mesmo. Alias, tenho uma sensacao engracada por aqui, eh tudo muito anos 80, a roupa do pessoal e o que se vende nas lojas... aquelas camisetas de homem super cavadas dos filmes da Sessao da Tarde, muitas roupas fluorescentes (por causa da luz negra das festas na praia), um ou outro chinelao Rider e alguns homens de shortinhos bem curtinhos e floridos, muito engracado.

Uma coisa que acho muito curiosa por aqui eh essa mania dos nativos da gente ter que tirar o sapato pra entrar em qualquer lugar. Nao podemos entrar calcados nos albergues, bares, restaurantes e por isso vivemos com o pe sujo e cheio de areia. E os chinelos ficam todos espalhados no chao ou numa caixa na entrada dos lugares, e volta e meia somem, ou as pessoas confundem e levam o chinelo errado por engano. Tanto que eh comum vermos pessoas com pes diferentes de havaianas na rua, e tem uma camisa bastante vendida por aqui com os dizeres "Voce faz ideia de onde foram parar meus sapatos?"- adoro. Na nossa primeira noite na festa da piscina, alias, sumiram com os chinelos da Paula, entao ela acabou pegando as havaianas tamanho 42 de alguem. E trocando por um chinelo feminino menor na festa da praia, que eu estou usando agora enquanto ela usa os meus chinelos, porque esses outros ficaram grandes nela. Eh uma troca constante de havaianas que acaba acontecendo, e ninguem usa tenis nem nenhum outro sapato... me arrependi de ter trazido meu all star, bem que eu acho que viajar soh com as legitimas eh muito suficiente.

Nessa historia de trazer pouca coisa, inclusive, acabei exagerando, to completamente sem roupas e um dos meus dois shorts estragou. Dai precisei comprar outro aqui e fiquei meio chocada... experimentei exatamente 16 shorts jeans e nenhum, nenhum, coube em mim. Nenhum entrou no meu quadril, entao das duas, uma: ou eu engordei ou as tailandesas sao realmente muito pequenininhas. Espero que seja a segunda opcao, porque minha alimentacao, com excecao de arroz frito e macarrao doce, esta sendo basicamente liquida aqui... vodka, redbull e suco de melancia, entao se eu tiver engordado eh muita sacanagem. hahaha Mentira, pais, nao se preocupem, estamos comendo direitinho sim. Mas entao, acabei comprando um short muito pequeno, o unico que coube (em outra loja) e sei que dificilmente vou ter coragem de usa-lo no Brasil se nao for pra ir a praia. E to usando o mesmo vestido ha 4 dias, parece que todas as minhas fotos por aqui foram tiradas no mesmo dia. huahuahu

Por falar em fotos, eu ia postar algumas aqui hoje, mas nao estou conseguindo usar o computador da Paula e ela esta descansando agora, entao vim pra uma lanhouse e tento colocar as fotos mais tarde, quando ela acordar. :) Amanha eh o grande dia... moon party!! estamos animadas!

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Haad Rin... buckets, buckets!

Oi! Falando de Haad Rin, a praia da ilha de Koh Phangan onde ficaremos ateh o dia 02 de janeiro. Eh aqui que acontece a Full Moon Party, a festa da lua cheia, o lugar mais famoso da Tailandia e o que atrai mais mochileiros. Tivemos que reservar nossa cama no albergue com meses de antecedencia, porque essa vai ser a primeira festa de reveillon da decada e eles estao armando uma super producao. A vila esta lotada de gente do mundo todo, com mais de 20 mil mochileiros com idades entre 20 e 35 anos, a maioria da Australia, Nova Zelandia, da Suecia e outros paises da Escandinavia e Africa do Sul, mas ja encontramos alguns brasileiros por aqui tb, afinal, somos como Gremlins. hehe Ta o maior clima de harmonia e curticao, todo mundo fala com todo mundo na rua e sorri uns pros outros, muito divertido.

Nosso albergue eh o Dancing Elephant, sao uns apartamentozinhos na beira da rua, divididos entre A ateh E. O nosso eh o E... eh uma sala em baixo, com sofas, tv e um banheiro e o dormitorio em cima, com umas 20 camas. Eh muita gente, praticamente uma favela,mas todo mundo muito civilizado e simpatico ateh agora. Nos demos a sorte de ficar num tipo de mezanino nesse quarto, entao nossas camas sao mais escondidas e temos mais lugar pra espalhar as tralhas. O dono eh um finlandes de 30 e poucos anos que veio mochilar por aqui e acabou se apaixonando e casando com uma tailandesinha, e agora os dois tem esse albergue aqui e dormem em uma cama embaixo da nossa, junto com todo mundo. O cara eh uma figura, fica passando um sermao no pessoal, com regras de seguranca. Hoje ele botou a galera toda sentada no chao e ficou quarenta minutos falando como a gente tem que ter cuidado nas festas loucas daqui, e as orientacoes de seguranca foram desde nao aceitar bebidas de estranhos ateh tomar cuidado para nao escorregar na beira da piscina nas festas e nem fazer tatuagens depois de beber (!), nem minha mae e Marcellinha juntas teriam conseguido me dar tantos conselhos. hahah Chega a ser meio chato, e ele nao deixa ninguem fugir da reuniao de orientacao, como ele diz. Mas o legal eh que ele deixa o numero de celular dele com a gente, para ligarmos no caso de precisarmos de alguma coisa. Eh praticamente um pai. hahaha Pela quantidade de gente estropiada que vemos por aqui, deve ser necessario mesmo... tem um monte de clinica medica, e tem um monte de gente enfaixada ou com soro na veia pela rua... hahaha Podem deixar que pretendemos nao precisar disso, mas ainda bem que fizemos seguro de saude. O pessoal corta o pe nas garrafas pela rua, cai de moto, cai na beira da piscina, entra em coma alcoolico e deus sabe mais o que, uma doideira... mas como somos muito ajuizadas, nao faremos nada disso. hahaha

Por falar nisso, ontem fomos pra uma festa na piscina num hotel por aqui e ficamos la na agua ateh umas 4 da manha, depois fomos pra uma festa na praia. Essa pool party foi muito engracada, um monte de gente muito doida dancando e bebendo em baldes, parecia aquelas festas de filme, muito bom! Alias, esses baldes sao demais... os buckets, vendidos em todo lugar... quase meio litro de algum alcool, um acompanhamento (geralmente red bull) e gelo, rende muito e custa soh 3 dolares. Nao eh a toa que o pessoal fica tao alucicrazy e a festa vai ateh de manha. Aqui eh o unico lugar que eu vi que os passeios de barco comecam meio dia, pra dar tempo do pessoal tirar uma sonequinha. hahah Amanha, alias, pretendemos ir em um passeio Reggae Sea Alguma coisa, um barco que toca reggae e vai parando por varias praias da regiao. Parece ser muito legal. Sao agora 6 da tarde de algum dia da semana que eu nao sei qual (adoro isso nas ferias!) e daqui a pouco vamos encontrar com uns coleguinhas neozelandeses pra tomar umas Singhas, e depois iremos pra Festa da Meia Lua, numa floresta por aqui. Ficamos pra cima e pra baixo de mototaxi, muito divertido. hahaha

Ah, se posso dar um conselho pra vcs eh - nao tenham disturbios gastrointestinais quando dividirem um unico banheiro sem fechadura com 20 jovens, nao eh legal. Eu comprovei empiricamente... ainda bem que, gracas a minha compleicao fisica de bicho-pau, consegui segurar a porta com meus longos bracos. Mas foi meio traumatico. hahuahu A comida daqui eh gostosinha, mas eh estranha... o que eh pra ser salgado, eh doce, e o que eh pra ser doce, eh salgado. Macarrao, pizza, panqueca - doces. Bolo, alguns sucos, banana frita - salgados. E tudo vem na opcao frito (fried) ou muito frito (deep fried), nao sei como esses Thais (eh, meu nome significa Tailandeses em ingles... que demais... not) sao tao magrinhos, eh macarrao frito, arroz frito, pao frito e ateh abacaxi frito. Lembrei ateh de um americano que conheci no Panama, que me disse que no Texas eles inventaram um jeito de fazer pedacos de manteiga fritos... soh falta ver essa por aqui mesmo. hahaha A comida aqui em Raad eh mais tranquila, mas em Phuket a gente tava tao enjoada dessas coisas que fizemos nossa ceia de Natal do dia 24 comendo whopper no Burger King. Ah, la em Phuket na noite do dia 25 foi engracado... passamos na frente de um restaurante e cooptaram a gente pra participar de uma ceia de natal de graca. Tinha uma mesona com varias comidas e a dona ficava toda feliz explicando o que era cada coisa pra gente comer... e nem ficaram tentando empurrar coisas pra gente beber,soh queriam dar comida pros outros mesmo. Pois eh, nao tem como nao amar os tailandeses!

Agora chega, neh, ja escrevi muito. Amanha dou um jeito de botar mais fotos, a preguica hoje ta fenomenal e eh um processo muito complexo pra conseguir postar fotos aqui. hehe

domingo, 26 de dezembro de 2010

Mais um dia... e seguindo pra Koh Phangan

Primeiro as fotos, depois o texto, e tudo fora de ordem porque o blog ta rebelde e soh vai por as fotos do jeito que ele quer:


Passeando de canoa

Chegando em Maya Bay, A Praia


A pedra do filme do 007 na James Bond Island

A Praia - Maya Bay, Koh Phi Phi


Barraquinha de comida na rua em Bangkok


A Khaosan Road durante o dia, Bangkok

As fotos do rei e da rainha no meio da rua na capital
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Cansada! Hoje passamos o dia todo fazendo um passeio de barco por outras ilhas aqui em volta, fomos na tal da James Bond Island, onde fizeram o filme do 007 Contra o Homem da Pistola de Ouro, em 1974, e em mais alguns lugares incriveis por aqui. Eh tudo tao bonito que parece cenario de filme mesmo! O mais legal foi um passeio de canoa em um tipo de canion com umas montanhas enormes no meio do mar, sem ondas e com uma paisagem muito diferente do que temos no Brasil. Pegamos uma canoa soh pra gente e ficamos passeando por la, e fora isso, fomos em algumas praias e cavernas tambem. Eu adoro esses passeios de barco, aonde eu vou sempre tento fazer um, mesmo que seja pela milesima vez na Ilha Grande, por exemplo. O mais interessante, que eu acho, eh que junta gente de todas as nacionalidades numa situacao em que todo mundo se ve meio obrigado a interagir, e ai eh muito curioso ver as diferencas no comportamento de cada cultura. Hoje era um barco enorme, com muita gente de tudo que eh lugar: Japao, Suecia, Canada, Ira, Arabia Saudita, Portugal... e soh a gente de brasileiras, e ai vi como a gente eh tao diferente dos outros, e como os outros sao tao diferentes entre si... enquanto os japoneses nao paravam de tirar fotos e ficar fazendo coisinhas num computadorzinho minusculo (ou celular, sei la), os suecos mascavam tabaco e quase nao falavam entre si, enquanto o grupo de iranianos falava e berrava sem parar entre si, os canadenses riam de tudo e conversavam com todo mundo... e por ai vai.

Esse passeio, na verdade, era pra ter sido feito ontem... mas o corpo pagou o preco de soh dormirmos duas horas por dia e ontem acabamos nao conseguindo acordar a tempo de ir. E o pessoal daqui eh tao legal que a moca da agencia de turismo nem falou nada, soh riu quando aparecemos la ao meio dia pra falar que perdemos a hora, e ja foi logo trocando a data do passeio para o dia seguinte sem nem pedirmos. Alias, eh impossivel nao gostar muito dos tailandeses... hoje esqueci minha camera novinha no barco e os funcionarios vieram correndo atras de mim pra devolver, onde mais isso acontece? Eu fico muito impressionada com como eles sao simpaticos e educados, nao me canso de falar, que gente fofa. Mas continuando, sobre ontem, ficamos na praia aqui em Patong mesmo e de tarde fomos fazer compras no mercadao... todo mundo sabe que tem que pechinchar por aqui, mas definitivamente eu e Paula somos muito molengas pra isso. A gente bem que tenta, mas no final fica com tanta pena dos vendedores que acaba desistindo.... ontem choramos e choramos por um desconto, a mocinha nao queria de jeito nenhum mas acabou aceitando porque precisava fazer a venda, mas ficou tao triste e nos ficamos tao tocadas que acabamos pagando o preco que ela tinha pedido antes sem falar nada (e quando ela percebeu, ficou muito contente). Uma coisa eh pechinchar, sei la, na Europa, outra eh chorar desconto com gente tentando ganhar 1 dolar com uma venda pra sustentar a familia e precisando muito disso, eh dificil.

Eu tenho que falar sobre a noite daqui... cruzes. Acho que eu dificilmente vou fazer noitada em um lugar tao estranho como aqui, definitivamente. Nao eh ruim, eh "exotica" demais! Todos os bares tem mulheres dancando em cima do balcao, as mulheres literalmente agarram os turistas homens na rua pra oferecer massagem (soh massagem mesmo, em muitos casos) e outras coisas mais, tem milhoes de barraquinhas vendendo as frituras mais bizarras, o som eh muito, muito alto em todos os lugares e tem muito, muito neon. Eh tudo muito, muito, alias. Mas tem um bar que eh uma coisa... nao me lembro o nome, mas ele eh grandinho e as garconetes sao todas prostitutas tambem (elas servem e sentam no colo dos clientes), soh que o diferencial eh que tem uma banda de rock formada por nativos que arrebenta muuuito. Tem um guitarrista e um baixista cabeludos muito metal farofa dos anos 80 e o vocalista eh um tailandezinho pequenininho, mas que tem um vozeirao danado, e ele berra e manda muito bem cantando Iron Maiden, ACDC, Metallica e outras coisas do tipo com sotaque tailandes. Tanto que esse bar ta sempre cheio e o pessoal fica doido, canta muito junto, muito divertido. Pena que a cerveja la eh cara demais pro nosso bico. Para noitada normal, com hip hop, gente dancando e mochileiros como a gente, tem a Factory, um galpao lindo com musica boa ateh as 2 da manha, e depois o Seduction, um outro clube que, apesar do nome, nao esta ligado ao meretricio da cidade. O melhor da noite aqui (e em qualquer outro lugar de viajantes) eh ver todo mundo na boate de short e sandalias havaianas, curtindo muito e dancando que nem doido com qualquer roupa e pouca ou nenhuma maquiagem e nao ligando a minima pra isso. Tao natural e tao diferente desses lugares de gente muito arrumada e nada espontanea das noites do Rio...

Amanha viajaremos o dia todo pra chegar em Koh Phangan, a ilha onde vamos passar o reveillon. Eu implico com reservar lugar pra ficar ou qualquer outro tipo de planejamento muito extenso, mas nesse caso, abro uma excecao. Todo mundo com quem a gente fala ta indo pra la, nao vai sobrar ninguem nas outras cidades e vai ser uma loucura, ainda bem que reservamos lugar num quarto de albergue compartilhado com mil pessoas pra passar esses dias. Estamos bem animadas, nao consigo nem imaginar direito como vai ser! hehe











sexta-feira, 24 de dezembro de 2010

Natal em Phuket

Sawadee, pessoal! Eu aqui de novo... vou ficar devendo fotos hoje porque ainda nao descobri um jeito de passar as fotos da camera pro computador - sim, eu sou meio burra com tecnologia. E tambem, fui dormir as 5 da manha ontem e acordei hoje as 7 pra um dia inteiro de praia, nao consigo nem raciocinar direito hoje. Daqui a pouco vamos numa festa de Natal aqui em Patong, Phuket... provavelmente vai ser uma coisa bem esquisita, nunca passei a noite de Natal com um monte de puta e travesti.... uhauhauha Phuket a noite eh um zoologico, neon pra todos os lados e todo tipo de gente bizarra imaginavel... tem tanta prostituta que minha querida Copacabana fica parecendo um jardim de infancia em termos de pureza e inocencia, e eh enorme o numero de turistas sexuais, e muito ostensivo. Ontem, inclusive, uma kenga simpatica cismou de me dar um abraco e ficou dizendo que eu era linda... ahuuhahua ateh olhei minha bolsa pra ver se ela nao tinha roubado nada, mas nao tinha nao, soh queria cariiiinho mesmo... ahhaha Mas parentes, fiquem tranquilos que a convivencia eh pacifica e nao oferece perigo nenhum... ateh porque tem muito mochileiro tambem e todo mundo soh quer curtir, de um jeito ou de outro.

Hoje fizemos o passeio de barco para as praias em volta... achei que as primeiras que visitamos eram lindas mas uma coisa assim meio Arraial do Cabo (soh que com gente loira e linda por todos os lados), mas quando chegamos em Maya Bay, a praia de The Beach, ai sim eu vi o que que a Tailandia tem em termos de praia. Que lugar lindooooo!! Uma ilhazinha com uma praia reservada, de agua verde esmeralda, sem onda nenhuma e cercada de montanhas enormes. Eh aquele lugar que nao da pra descrever, soh vendo mesmo, eu largava tudo pra virar hippie la facil, facil. Ainda mais se fosse com o DiCaprio.. ahhaha Na praia tem umas placas mostrando que o tsunami de 2004 (ou 2006? nao lembro agora) atingiu o nivel de dois metros na praia, nao da pra imaginar mesmo. Agora tem placas e rotas de evacuacao em caso de tsunami em todas as praias... por falar nisso, hoje tinha alerta de onda para os lugares que visitamos em Phi Phi. A gente ateh ficou bem de olho no mar, mas nada aconteceu. Ufa! Amanha acho que vamos na James Bond Island, onde eles filmaram algum 007 dos anos 70... dizem que o lugar eh incrivel.

Bom, eh isso, pessoal, a cerveja Chang ta chamando e eu preciso ir. hehe Queria desejar um feliz Natal pra todo mundo, aproveitem bastante e mandem noticias tb! E Naia, pode deixar que eu vou levar coisinhas legais pro escritorio sim, tem muita coisa boa de comprar por aqui! Beijos!!

quinta-feira, 23 de dezembro de 2010

Bangkok, te amo!

Chegamos em Bangkok ontem de tarde, depois de 238 horas de voo e mais umas 2 horas procurando nossas mochilas perdidas na zona que eh o aeroporto internacional. Estavamos mortas de cansaco, mas nem lembramos disso ao chegar na Khaosan Road, "a meca dos mochileros na Asia", como diz o Lonely Planet. Uma ruazinha apertada e comprida, com milhares de albergues, bares, lojinhas, camelos vendendo tudo que se pode imaginar, barracas com as comidas mais esquisitas que eu ja vi, milhoes de turistas, estudios de tatuagem, artistas de rua, gente maluca, um monte de prostitutas e travestis, motoristas de tuc-tuc oferecendo passeios e ate um ou outro monge budista desavisado andando de um lugar pro outro. Tem show de rock, de pompoarismo, aula de massagem, malabarismo e ate um lugar que vc paga pra botar os pes numa banheira para peixinhos carnivoros comerem as pelinhas do seu pe (juro que quando voltar la vou experimentar isso).

Ficamos andando a rua toda pra cima e pra baixo, comendo, olhando, visando... uma festa. Depois sentamos pra tomar uma cervejinha num bar e acabamos tomando um monte e pegando amizade com um grupinho de pedreiros australianos que tambem estao por aqui de ferias. O bom de viajar eh isso, todo mundo conversa com todo mundo e a gente acaba conhecendo pessoas com historias de vida completamente diferentes e muita coisa legal pra dizer. Acordamos com a maior ressaca de todos os tempos... alias, todas as minhas ressacas ultimamente tem sido as maiores de todos os tempos, uma sempre supera a outra. Deve ser o avancar da idade... hahaha

So estou aqui ha dois dias, mas ja percebo que a Tailandia eh, sem sombra de duvida, o lugar mais interessante e estranho que eu ja visitei. As construcoes sao lindas, tem fotos gigantescas do rei e da rainha em todos os lugares, o transito eh totalmente caotico e eh possivel perceber que os tailandeses realmente gostam dos turistas, diferente do que acontece em muitos lugares. Alias, eles tomaram o lugar dos mocambicanos no posto de povo mais amavel e simpatico pra mim... que gente fofa! Estao sempre sorrindo e tratando a gente bem, com calma e alegria, mesmo quando nao entendem meia palavra do que estamos dizendo. E a gente nao se sente ameacada hora nenhuma, de tanto que eles sao respeitosos e tranquilos... adorei mesmo. Ah, e o supermercado aqui eh uma farra... tenho que tirar foto de tudo... eh cada coisa bizarra, que voces nao fazem ideia. Vendem ate ovo frito gelado embalado num saquinho plastico, sem data de validade nem nada, sem falar nas outras coisas super estranhas que nao consegui identificar.

Muita coisa, muita coisa.. precisava de uns 3 meses pelo menos pra passear por aqui. Engracado que eu sempre tenho essa sensacao... ahhaha mas aqui, eh muito verdade! Vou postar fotos amanha, hoje to com muita preguica e acabei de comer um prato de peixe gigante com risoto de camarao por 5 dolares (mesmo preco do quarto de albergue pra duas pessoas, com banheiro e ar condicionado - somos ricas aqui!). O sono ta batendo. Estamos em Phuket agora, a cidadezinhazona mais famosa para turismo por aqui. Descobrimos esta manha que tinhamos comprado o voo pra hoje, entao viemos correndo e chegamos ainda ha pouco, apesar de estarmos com muita vontade de ficar morando em Bangkok por uns tempos. hahah Mas voltamos pra Bang mais algumas vezes nesta viagem ainda, entao tudo bem. Amanha vamos fazer um tour de barco pra Koh Phi Phi, a ilha onde filmaram A Praia (a Khaosan Road tb aparece nesse filme, alias). Oba!

domingo, 19 de dezembro de 2010

Sudeste da Ásia, aí vamos nós!

Já passou um tempão desde a última vez que escrevi, agora é hora de sacudir a poeira do blog e ressuscitá-lo para mais uma viagem. Desde a última vinda aqui, muita coisa mudou, muita mesmo... posso até me arriscar a dizer que foi uma mudança de quase uns 180° em relação ao modo como eu encarava as coisas e ao que esperava da vida. E hoje vejo que, sem dúvidas, foi pra melhor. De qualquer jeito, é muito bom fazer uma limpeza de vez em quando, repensar algumas coisas, deixar o que não vale a pena manter ir embora.

Mas chega dessa conversa chata, isso tudo é só pra dizer que o blog vai voltar mais uma vez e agora a companheira de viagem é a Paula Romero. E a aventura é pelo Sudeste da Ásia, viajando por Tailândia, Camboja e Vietnã. Embarcamos amanhã, dia 20/12, às 20h05, no Galeão, e depois de dois dias de viagem, em mais de 24 horas de voo e escalas intermináveis em São Paulo e Qatar, chegamos a Bangkok.

O tempo, pra variar, não é tanto quanto a gente gostaria, mas com um pouco de jeitinho e disposição, vamos aproveitar ao máximo os dias que temos. O que vai ter por aqui é muita praia, templos budistas, histórias inusitadas, noitadas malucas, comidas esquisitas, eventuais indigestões e o que mais acontecer nessa pequena jornada lá no outro lado do mundo. Se vocês não tiverem nada melhor para fazer, estão, claro, convidados para nos acompanhar nas aventuras. E não esqueçam de deixar seus comentários, afinal, nem é tão difícil assim, vai! :)

terça-feira, 13 de abril de 2010

Mais uma pro UOL - Moçambique

Entreguei esta semana a matéria sobre Tofo, Moçambique, para o UOL. Deve ser publicada em breve, quando sair coloco o link aqui.

Agora tô escrevendo sobre San Blas, no Panamá. Essa vai ser em primeira pessoa, tô animada! :)

quinta-feira, 25 de março de 2010

Matérias sobre a África do Sul

Eu sei que eu tô em falta, que eu ainda não botei as fotos do Panamá e da Costa Rica aqui - por total falta de tempo -, mas venho aqui pra dizer que hoje foi publicada minha matéria sobre Durban (África do Sul) na editoria de viagens do UOL. Mais um filho que vem ao mundo!

Pra quem quiser ver a de Durban, o link é esse:

Em Durban, praias da Golden Mile prometem diversão para toda a família


e pra quem quiser ver o texto sobre Port Elizabeth, publicada no mesmo site, é só acessar o link:

Pouco conhecida, Port Elizabeth tem praias deslumbrantes e traços da colonização inglesa na África do Sul


Fica faltando a matéria publicada na revista Viagem & Turismo sobre Durban também, assim que tiver um tempinho faço o clipping e volto aqui.

E volto em breve com as fotos da última viagem e planos de transformar isto aqui num blog de verdade!

domingo, 31 de janeiro de 2010

Um pouquinho de San Blas... e hasta la vista!

Dei uma olhada no blog agora e vi que nao falei nada sobre nossa visita a San Blas, o tal arquipélago controlado pelos índios Kuna. Como acordei super cedo, vou aproveitar pra falar um pouco sobre isso. Foi o seguinte:

O território dos índios é composto por várias ilhazinhas, algumas propriedades de certas famílias e outras, propriedade comunal. Para chegar lá, pegamos um jeep de madrugada que, em 4 horas desde Panama City, subiu e desceu montanhas, passou por estradas horríveis e atravessou um pântano para nos deixar num lugar no meio do nada onde havia uma aglomeraçao de Kunas à toa. Lá, conseguimos uma canoa para nos levar até Carti, a ilha mais populosa da área. Éramos nós, o casal de velhinhos sul-africanos que foi com a gente, Doug e Mary, um espanhol e mais seis índios. E era só uma canoazinha escavada de uma grande árvore, o tempo estava tenebroso e o mar balançava bastante. Chegamos até Carti com o barco meio cheio d´água e eu pensando que se demorasse mais um pouquinho teríamos que fazer o resto do caminho a nado. hehe

Carti era o verdadeiro cu do mundo. Uma ilha pequena, totalmente atochada de barracas de vime, muito suja e com lixo por todos os cantos. O chao era de barro e tudo era sujo demais, inclusive, os banheiros deles eram cabaninhas de onde os dejetos saiam direto no mar, e as ondinhas suaves que lambiam a ilha faziam com que os amontoados de lixo nas margens balançassem também, indo e vindo ao sabor da maré. Fiquei meio angustiada, porque os relatos que tínhamos lido eram de gente que tinha ficado em Carti mesmo, em barracas no meio da lixarada, e eu nao conseguia me imaginar ficando lá. Sem saber o que fazer, demos uma volta com as mochilas pela ilha e ninguém conseguia nos dar nenhuma informaçao decente, entao sentamos num barzinho perto do pier principal e ficamos pensando em como dar o fora dali, mas nenhuma opçao parecia boa. Quando eu já estava tendo aqueles lampejos desesperados de "da próxima vez eu vou pra Disney", eis que Doug surge com um índio que ele encontrou no píer, dizendo que era o proprietário de uma ilhazinha e que nos ofereceria hospedagem e comida por U$ 20 diários e passeios de barco para as outras ilhas. Aceitamos na hora e fomos com Efrahin.

O trajeto de barco durou uns 50 minutos, molhando tudo e pulando muito com cada onda. Eu nao fazia ideia do que esperar, àquela altura só sair de Carti já era lucro, mas ao chegar na ilha vi que toda aquela maratona tinha valido a pena. O lugar superava qualquer expectativa que a gente pudesse ter. Uma prainha calma, com água totalmente transparente, cercada de coqueiros e com algumas cabanas de palha espalhadas lá para trás, além de várias redes penduradas nas árvores. Indiozinhos brincavam enquanto algumas poucas pessoas descansavam e outras nadavam. Parecia mesmo uma cena daquele filme A Praia, com Leonardo diCaprio.

Fomos entao encaminhados para a nossa barraca, bem na beiradinha da praia, na areia. De vime, com uma porta que nao fechava direito e duas camas de campanha muito modestas, mas que tinham até lençol e travesseiro. E uma janelinha sensacional, que dava direto naquele azul do Caribe. O "chuveiro" era uma tina comunal de água com uma baciazinha, enquanto o banheiro era um vaso sanitário ao ar livre, cuja descarga consisitia em um balde de água do mar. Muito roots. haha Largamos tudo na cabana e passamos o resto da manha mergulhando na água morninha, vendo os corais e milhares de peixes de todos os tamanhos ali em volta. Ao longe, dava pra ver outras ilhas (uma dela, só um coqueiro no meio do mar) e os pelicanos pescando. E os dias lá foram passando assim... na praia, na rede, pegando o barco para ir nas outras ilhas, conversando com gente do mundo todo... e eu nunca tinha imaginado que pudesse ser tao bonito assim, dava vontade de tirar um milhao de fotos pra nunca esquecer aquilo, mesmo sabendo que, de qualquer jeito, nao esqueceríamos mesmo.

Na hora das refeiçoes eram sempre frutos do mar e todo mundo sentado em volta de uma grande mesa. Teve caranguejada, peixe e, no jantar, sempre uma bacia de lagostas que os índios pescavam ali em volta, tao frescas que só faltavam dar um gritinho. O Julio, mesmo com aquela cara-de-nojo-de-peixe habitual, provou tudo bravamente e, embora nao admita, acho até que gostou de lagosta. De noite, ficávamos lá na mesa, o único lugar com luz (a energia solar acabou de chegar em algumas ilhas) tomando cerveja Balboa e conversando com o pessoal. Demos a sorte de ficar lá com um grupo de gente muito legal e divertida, de todos os cantos, que com certeza contribuiu muito para a qualidade da viagem. Eram duas holandesas, um austríaco, uma inglesa, um argentino, dois israelenses, dois americanos (um deles estava morando lá, dando aula de ingles pros índios) e um filipino.

Foi muito bom poder conhecer uma parte quase intocada do Caribe, sem aquela arruaça dos cruzeiros turísticos que zoneiam lugares como a Jamaica e sem o aglomerado de turistoes (e a brasileirada!) que vao para destinos mais famosos como Aruba e Curaçao. E muito mais barato. Éramos só nós e a natureza, e foi bom podermos conhecer mais sobre a cultura dos Kuna também. Eles sao engraçados: por lá, as mulheres mandam mais do que os homens. Quando eles casam, o homem assume o nome da mulher, e é ela quem herda os bens da família. Por isso, se uma família nao tem uma filha, muitas vezes acaba escolhendo um filho para criar como menina. Nossos índios lá na ilhazinha eram particularmente engraçados. As índias ficavam na rede o dia todo conversando, enquanto os homens faziam todo o trabalho. Jesus (de uns 17 anos) era o responsável pela vendinha, Amélio (nome apropriado - de uns 15) limpava e cozinhava, enquanto Robinson (o dono da ilha) cuidava da administraçao e dos passeios de barco. E ainda tinha o Efrahin, cunhado do Robinson, que era o relaçoes publicas da ilha, só fazendo social com a galera. haha Esses índios bebem muito, principalmente cerveja. Teve um dia que ficamos bebendo com Efrahin e ele, já mucho loco, começou a dar cerveja (vendida a U$1,50) pra todo mundo. A mesa ficava a uns 10 metros da vendinha, mas ele usava o celular para ligar para Jesus trazer mais cerveja, enquanto o povo se acabava de rir. O celular, assim como a cerveja, virou companheiro inseparável dos Kuna, é a tecnologia bagunçando tudo. A relaçao desses índios com dinheiro, aliás, é estranha... eles nao parecem ter muita noçao do valor, já que ainda fazem escambo entre eles. Efrahin, malucaço, chegou a jogar dinheiro no chao enquanto bebíamos, dizendo que pra ele aquilo nao significava nada. Mas depois ele acabou pegando e guardando de novo no bolso, que índio nao é bobo nao. hahaha :)

Opa, esgotou meu tempo no computador. Entao é isso, fico por aqui. Nosso aviao de volta sai hoje às 6pm, chegamos no Rio umas 9am amanha, daí deixamos as coisas em casa e ja vamos direto por trabalho. É isso aí, "work hard, play hard". Mas apesar de nao me importar em ficar mais uns 6 meses de ferias, se pudesse, devo dizer que fico muito feliz em voltar para o meu trabalho - fazendo o que gosto com pessoas que gosto, no ambiente que escolhemos, e isso nao tem preço. :D Vou seguir com o blog e colocar o link para as fotos assim que tiver um tempinho. Um beijo pra todo mundo e até mais ver!

quinta-feira, 28 de janeiro de 2010

Quem é vivo sempre aparece...

Voltei! Andei com muuuuita preguiça de escrever - afinal, trabalho com isso - mas hoje me animei de novo. Estamos de volta em Bocas del Toro desde ontem. Passamos os últimos 4 dias em Puerto Viejo de Talamanca, uma cidadezinha na Costa Rica, bem perto da fronteira com o Panamá. Quando chegamos lá, nos surpreendemos, o lugar é simplesmente o máximo. Ñ passa de umas ruazinhas cheias de bares e restaurantes, mas é lotado de gringos, rastafaris e um povo muito, muito simpático, toca reggae e surf music o tempo todo em qualquer lugar, rolam vários shows e a comida caribenha é deliciosa, isso sem falar no clima de... sei lá, parado no tempo, que eu nao consigo nem explicar. É um daqueles lugares que realmente dao vontade de largar tudo e abrir um bar ou albergue pra viver com calma e nunca mais ter de se preocupar com trânsito, violência ou aborrecimentos desse tipo. Nao é à toa que a maioria dos bares e restaurantes lá pertencem a gringos que adotaram a vida mansa... um dia, quem sabe...

De Puerto Viejo pegávamos um onibuszinho tranquilo para as cidades em volta, Cahuita e Manzanillo, onde ficam as melhores praias. Cahuita é uma microvila com só uma rua, onde realmente parece que o tempo ñ passa... a populaçao é de caribenhos descendentes de escravos e todo mundo sorri pra você na rua. Tem vendedores de abacaxi descascado na rua e bichos-preguiça nas árvores, e a Playa Branca fica numa área de parque nacional, com águas calmas e muito limpas margeadas por um bosque de árvores muito altas e coqueiros tortos, que avançam na direçao do mar. Sem dúvida, um dos lugares mais bucólicos que já visitei. Já Manzanillo é o fim da estrada, que dá numa praia muito comprida de águas transparentes, boas para mergulho e cercadas de coqueiros. A base das árvores é pintada com as cores da Jamaica (tem fotos do Bob Marley em tudo que é lugar nessa regiao!) e o Maxi´s, o único restaurante, é famoso mundo afora pela qualidade dos frutos do mar que prepara. Provei e comprovei. :)

Deixamos a Costa Rica já cheios de saudade, mas voltar para Bocas nao é nada mal. Ficamos só passeando de barco, comendo muito bem e indo a praias lindíssimas. Hoje mesmo voltamos a Red Frog, praia que tem esse nome por causa de uns sapinhos vermelhos minúsculos que vivem por lá. É uma combinaçao incrível de agua muito verde, bosque e redes estendidas pela praia. Muitas praias semi-desertas neste arquipélago... se eu fosse descrever tudo aqui... vocês vao ter que ler minha matéria pro UOL! ahaha Aliás, é uma pena que a gente tenha esquecido o leitor de cartao SD, porque nao posso colocar algumas fotos aqui... porque essas praias, só as fotos podem mostrar - um pouquinho - do que elas sao de verdade. Juro que boto todas aqui quando voltar!

sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

Bocas del Toro

O Caribe é lindooo! :D Tem tanta coisa pra fazer que num dá tempo nem disposiçao de escrever, entao esta é só uma notinha pra dizer que está tudo bem. Sobrevivemos ao acampamento com os índios (o lugar é ainda mais lindo do que eu imaginava!) e ao voo de teco-teco e agora estamos aqui no arquipélago de Bocas del Toro, passando o dia no mar e bebendo muitos drinks e dançando muito reggae de noite.
Lá pra segunda pensamos em ir pra Costa Rica, mas a data está em aberto: aqui é tao bom que ñ dá nenhuma vontade de ir emboraaa!! :P

domingo, 17 de janeiro de 2010

Isla Taboooga

Dia divertido de praia hoje, numa ilhazinha aqui perto de Panama City chamada Isla Taboga. Bonita, águas muito claras, mas muitas casinhas que incitam uma certa semelhança com Paquetá, algo que nao deixa Taboga ser taaao imperdivel assim. Sao agora 7pm e acabamos de voltar do aeroporto, conseguimos comprar passagens de teco-teco daqui para Bocas del Toro e de Bocas del Toro de volta pra cá. Parece que desta vez ñ teremos nenhuma viagem perrengue de onibus, minibus, charrete ou coisa que o valha. hehe Dá uma peninha, mas é melhor assim que economizamos tempo.

Hoje de manha conhecemos um casal de velhinhos sul-africanos que moram num barco em San Blas e eles acabaram arranjando pra gente um transporte pra lá, junto com outros gringos. Vamos sair às 4:30h am num jeep que deixa a gente numa parte do caminho de terra e depois pegamos um barco até o destino final, Carti, na provincia de Kuna Ayala. Nada de internet e nem luz por lá (só lampiao!), entao só volto a escrever aqui la para quinta. Estamos muito animados, dizem que as praias por lá sao otimas, compramos mascara e snorkel pra mergulharmos bastante.

Ah, e ontem fizemos uma verdadeira maratona pela noite panamenha... hahah Primeiro fomos no festival de jazz em Casco Viejo, uma experiencia muito peculiar, voce tem que ser revistado para entrar na praça (!), os panamenhos levam cadeiras pra sentar no meio do caminho e isopores pra qualquer lugar que eles forem, e conseguir comprar cerveja era um suplicio. Rum, em compensaçao, era facinho, entao acabamos tomando cubra libre enquanto lembrávamos da nossa adolescencia de bebidas fortes e intragaveis... ahahaha Mas acabou cedo, entao partimos para a Calle Uruguai, a tal rua que o Lonely Planet diz que é i-d-e-n-t-i-c-a às nights de Miami, que piada. ahahah Um monte de boate tocando house, techno e essas porcarias eletronicas que a gente odeia, gente feia brilhosamente/lantejoulosamente vestida e tudo muito, muito caro pra entrar. Aí acabamos indo parar num legitimo pub ingles, com legitimos gringos ingleses onde tocava....... Alexandre Pires cantando em espanhol!! uaaaah... antes de cortarmos os pulsos pegamos um taxi laaaaa pro outro lado da cidade pruma tal Isla Flamengo, onde supostamente havia bares tematicos que iam desde temas piraticos (os piratas tiveram uma influencia enorme na historia do Panama, até hoje ha praias em que dizem que existem tesouros enterrados pelo pirata Henry Morgan) até, sei lá o antigo Egito. Qua qua qua... nao havia viv´alma, e enquanto num bar tinha uma melodiazinha sombria de flauta, no outro tocava besame mucho. Acabamos encontrando um buraco onde tocava repetidamente a musica Candy Shop, do Fifty Cent, onde ficamos pra tomar mais umas cervejas. De la voltaaaamos pra calle Uruguai pra comer uns tacohambres, uns tacos malucos de uma barraquinha de rua, bem gostosos, perambulamos, bebemos mais cervejas e depois acabamos voltando pro nosso Hotel Latino. A vida noturna de Panama City deixou a desejar, e nao conseguimos achar nenhum, nem um, lugar que tocasse rock!! que tristeza. Onde se reunirao os inadequados desta cidade, aqueles que nao gostam de salsa, rumba nem alexandre pires cantando em Espanhol?

sábado, 16 de janeiro de 2010

Por aqui...

Como ser uma mulher panamenha na moda: use o maior decote que encontrar no armário e a calça mais justa que conseguir vestir. Tem uma blusa de paetes e um cinto de lantejoulas? Ótimo, use os dois juntos, combinando com uma sandália de salto bem colorida. Para finalizar, passe bastante maquiagem, com muito lápis de olho, sombra colorida e batom e, quando achar que está quase pronta, aplique mais uma camada. Obviamente eu nao estou vestida assim e me sinto meio esquisita com os olhares de reprovaçao das garotas, mas é até curioso de ver. As panamenhas tem uns peitos gigantescos, e todos os manequins sao assim tb. Vimos um manequim de uma criança de 8 anos e eles colocaram enchimento nele, uma criança de 8 anos com peitao.

O dia de hoje foi bem proveitoso. De manha fomos andar por Casco Viejo e fazer umas fotos pra minha matéria. O lugar é lindo, casas muito antigas com varandas floridas, moradores sorridentes e salsa e rumba tocando bem alto na maioria delas, dá uma alegria danada. Muita animaçao com as arrumaçoes pro festival de jazz que vai rolar esta noite por lá. O que achei mais interessante foi ver que, olhando da praia, de um lado voce ve as casas muito, muito velhos de Casco Viejo e, quando olha pra esquerda, ve o novo skyline de Panama City, com uns predios gigantescos sendo construidos freneticamente, quase todos com mais de 50 andares. É um contraste sensacional, a cidade vai estar muito diferente daqui a uns 3 anos.

De la, fomos ao shopping para o Julio comprar uma camera - os preços por aqui sao bem bons- e depois fomos visitar o Canal do Panama. A gente foi mais por um senso de obrigaçao mesmo, mas chegando lá gostamos muito de ter ido. É uma construçao muito curiosa, e pensar que foi feita no comecinho do seculo XX. Assistimos um video lá explicando como foi feito, como funciona e tals, e apesar de ter entendido tudo que foi falado, nao entendi o esquema das esclusas, nem o porque de elas ficarem abrindo e fechando de acordo com a posiçao dos navios etc etc, achava que era só eles fazerem um canal pra todo mundo ir passando de um oceano pro outro e pronto. Tudo muito complexo pro meu cerebro de pessoa que estudou comunicacao, entao só me resta achar que é mesmo um marco da engenharia. haha E ficou bem bonito. Ah, uma curiosidade: aqui na cidade, em algum lugar que nao lembro, tinha um arco que estava em pé há anos e anos sem nenhum apoio. Ele foi muito importante pra decidirem construir o Canal aqui em vez de na Nicaragua, porque provava que no Panamá nao tem terremoto. Ok, aí em 2005 o arco caiu do nada, sem nenhuma razao aparente.

Agora de noite vamos deixar a zona de baixo meretrício onde continuamos instalados no Hotel Latino para ir ao festival. Amanha passamos o dia na Isla Taboga e no dia seguinte partimos para San Blas, o arquipelago dos indios Kuna no Caribe.

sexta-feira, 15 de janeiro de 2010

Cidade do Panamá - chegamos!

Chegamos aqui umas 6 da tarde, depois de uma maratonazinha de voos e escalas. Fomos direto para Casco Viejo, a regiao mais turistica da cidade, mas todos os albergues estavam lotados, por causa do fim de semana e de um festival de jazz que começa amanha. Acabamos vindo parar num hotelzinho perdido no centro da cidade, foi bem mais caro do que a gente esperava (U$ 35 o casal), mas tem ar condicionado, tv, banheiro e piscina, ou seja, bem acima dos nossos padroes. Até estranhei, nao vi nenhuma barata e o lençol parecia bem limpo. :)

Ainda nao tivemos tempo de ver muita coisa, porque ficamos rodando procurando um lugar para ficar. Já tava vendo a hora que a gente ia ter que dormir no aeroporto ou num "pisa y corre", os moteizinhos baratos que cobram por hora, como o motorista do taxi nos disse, rindo da nossa cara. Achei legal que a cidade parece meio destruida, principalmente la em Casco Viejo... quase todos os predios estao caindo aos pedaços, as ruas sao estreitas e tem varias construçoes abandonadas, muito bonito, ainda que de um jeito estranho. Diz-se que lembra a parte de Havana antiga, mas ao que parece os moradores se orgulham em dizer que daqui a dois anos, quando tudo for restaurado, a regiao vai ficar parecendo é com Cartagena de Indias, na Colombia. Pra mim, lembra um pouco Maputo, a capital de Moçambique, mas amanha vamos andar por aqui pra tirar nossas proprias conclusoes, estamos bem animados.

Agora vou ficando por aqui, vamos tomar banho e ir pra uma area onde tem uns bares de salsa, nos "emborrachar" com bebida barata (cerveja a cinquenta centavos e drinks a 1 dolar!) e dançar daquele jeitinho que nos é peculiar. hahaha Amanha boto umas fotos aqui!

quinta-feira, 14 de janeiro de 2010

Panamá e Costa Rica



Oi gente!

Quase um ano depois e eu apareço aqui novamente... pra falar que o blog vai ser ressuscitado! Estou indo para o Panamá amanhã e depois devo ir pra Costa Rica também. São só duas semanas desta vez, mas como vou fazer uns frilas pro UOL sobre a viagem, achei legal tentar escrever alguma coisa aqui.

Então é isso, quem quiser acompanhar nossas andanças, está muito convidado! :D