sábado, 31 de janeiro de 2009

Capetown e tchau!

Capetown eh uma cidade que nao deixa a gente escrever em blog, nem fazer diario, nem dormir, nem nada. Porque tem muita coisa pra fazer aqui: a rua ferve a qualquer hora do dia ou da noite, as praias sao incriveis, as noitadas sao doidas, o povo eh divertido, as paisagens sao sensacionais. Segunda, quando vamos embora, eh o dia em que completamos uma semana por aqui, e a sensacao eh de que poderiamos ter tirado um mes soh pra passear pela "Cidade Mae" da Africa do Sul.

Fomos a praia, subimos a Table Mountain (que vista!), ficamos bebados, vimos shows de bandas africanas (tanto de tambores tradicionais e marimba quanto de rock), comemos muitas e muitas comidas esquisitas, conhecemos um monte de gente, fomos no equivalente sul-africano da Casa da Matriz (nossos indies e emos sao mais hardcore que os deles... hahaha), visitamos a ilha onde o Mandela ficou preso, etc, etc... fizemos tudo que tinha pra fazer aqui, mas cada rua desta cidade, cada lojinha, cada morador, cada paisagem e cada bar mereceriam mais um dia pra gente observar, viver e sentir.

E hoje eh meu aniversario e a gente vai sair pra comemorar. E eh o ultimo dia em que escrevo aqui durante esta viagem. Jah falei o que tinha pra falar e, voltando, quero eh encontrar com todo mundo, pra tomar aquela cervejinha gelada, botar a conversa em dia e, eventualmente, mostrar uma parte das cerca de um milhao de fotos que a gente tirou daqui.
Eu confesso que sempre fico um pouco triste no final de cada viagem, porque eu me sinto tao absorvida pelo lugar onde estou que tenho a sensacao de que vou me sentir inadequada na cidade em que moro quando voltar... hahaha Mas desta vez estou ateh bem conformada, contente por ter realizado meu velho sonho de conhecer a Africa (embora ainda falte muito pais aqui pra eu visitar!), e animada pro que me espera quando eu voltar pra casa. ;)


PS: To de volta no dia 4, e apesar do fim da viagem, o blog nao morre: vou escrever uma bobagem ou outra aqui de vez em quando, "pra praticar"! auhauh

segunda-feira, 26 de janeiro de 2009

Oudtshoooooorn

Esperando em Oudtshoorn para as 7 hs de aperto na van ate Capetown, a cidade mais ao sul que visitaremos e, provavelmente, a ultima da viagem.

Chegamos aqui em Oudt na tarde de sabado. Eh uma vilazinha no meio de Little Karoo, a regiao de clima mt seco e quente onde foi iniciada a criacao de avestruzes na Africa; um lugarzinho bonito, mas tao desolado, que se formam rodamoinhos de poeira na rua no meio do dia e arbustos sao jogados de um lado pro outro por um vento que assobia tao alto que, as 5 da tarde, vc se sente meio apavorado de estar sozinho numa cidade aparentemente tao abandonada. Uma coisa assim, bem terra de Marlboro.

Imbuidos da energia fornecida por nossa rica alimentacao a base de pao de forma e queijo amarelo, nos inscrevemos para participar ontem de uma "joyride" que o albergue oferece: eles nos levariam de van na primeira atracao da area e nos voltariamos os outros 40km de bicicleta, passando pelos outros pontos de interesse no caminho, no nosso proprio tempo e sem precisar participar desses tours cheios de gente demasiadamente efusiva. Na teoria parecia otimo, ja que o cara do albergue disse que o trajeto era composto por "uns 20% de subidas soh, formando uma viagem bem agradavel e amena, com lindas paisagens". As paisagens eram realmente bem bonitas, com muitas montanhas, campos extensos de plantacoes, arvores floridas e fazendas de avestruzes, mas foi o percurso de bicicleta mais sofrido que a gente ja fez. Nao sei como eles calculam porcentagem por aqui, mas definitivamente nao eram soh 20% de subida, nao mesmo, e com um vento muito forte soprando contra nos o percurso todo, ateh nas descidas a sensacao era de pedalar, pedalar e nao sair do lugar.

Foi um trajeto meio desesperador, mas ateh que bem divertido.. hehe As cavernas Cango, primeira atracao que visitamos, sao fantasticas, umas formacoes de pedra com mais de 250 mil anos, que formam um verdadeiro salao sob a terra, uma coisa incrivel, dificil ateh de descrever. Um silencio quase opressor, e o guia falou que, ateh os anos 90, eles realizavam concertos de musica classica lah dentro, imagina a acustica! Depois de lah, visitamos uma fazenda de avestruzes, vendo como eles sao criados e aprendendo sobre a historia da criacao deles no continente; andamos de camelo e fomos ao Cango Wildlife Ranch, um zoologico com especies de todos os tipos de bichos africanos. Chegamos nesse ultimo tao cansados, que a gente mal conseguia ficar em pe para ouvir a guia explicar qualquer coisa. Fomos la na intencao de abracar uns filhotes de guepardo, mas depois de ouvir a mulher falando por mais de uma hora, quando finalmente chegou a hora do que queriamos, ficamos com uma preguica danada de pagar pra fazer carinho naqueles gatos compridinhos, ai acabamos ficando soh olhando os outros, enquanto descansavamos para o resto da pedalada de volta...

Ah, pra finalizar, uma dica: nunca comam 24 camaroes gigantes com molho de alho na hora de dormir. Nao desce bem, nao. Eu sei porque eu tentei isso em Knysna... e foi uma noite dificil. ahahuha

sexta-feira, 23 de janeiro de 2009

Pela Rota afora

Eu tenho esse pessimo habito de passar mal em datas comemorativas. Ai, so pra manter a tradicao, no dia 21 (foi 4a?), quando eu e Julio completamos 2 anos de namoro, eu tive uma crise de enxaqueca from hell e sai do ar entre as 17h e 20h. Pelo menos foi num horario curto de tempo, o que nos permitiu, antes disso, ir a praia e passear bastante por Plettenberg Bay, a cidade mais simpatica e charmosa da Rota Jardim. Eh uma vila pequena, no alto de uma montanha, o que faz com que se tenha de descer para chegar ateh as praias, que lembram muito as da costa californiana, mas com um toque africano de alegria e muito sol. A vista que se tem de lah de cima eh algo de inesquecivel.

Antes de chegarmos em Plett, como eles chamam, fomos a Jeffreys Bay, onde fica Supertubes, a praia que, como o nome jah diz, tem ondas que quebram por mais de 300m de extensao, consideradas as mais perfeitas do mundo. Eh lah que acontece a etapa Billabong Pro do WCT, o circuito mundial de surfe, e tudo na cidade gira em torno disso. Quer dizer, nao soh do esporte em si, mas tb das fabricas e lojas das marcas patrocinadoras do campeonato, como a propria Billabong, Quiksilver, Reef, etc, com varios outlets vendendo tudo a uns 10% do preco normal no Brasil. Mas alem de admirar as praias (e os surfistas loiros, altos e de olhos azuis, no caso das mocas desacompanhadas.. haha), nao ha muito mais o que fazer por lah, e essa eh a razao de soh termos dormido uma noite na cidade e seguido logo pra Plett (a gente tem essa mania de ficar pulando de uma cidade pra outra, e eu adoro isso! hehe)



Julio em Supertubes, Jeffreys Bay


Agora estou escrevendo de Knysna, que fica mais ou menos no meio da Rota. Chegamos aqui ontem de manha e eu fiquei absolutamente encatada com essa vilazinha, que mais parece ter saido direto de um livro de contos de Andersen, com casinhas em estilo vitoriano e descendentes de boers muito simpaticos e sorridentes. Andamos muito por aqui, e quanto mais a gente anda, mais da vontade de conhecer cada detalhezinho desta cidade de cerca de 16mil habitantes, com muitas lojinhas, livrarias e cafes super agradaveis, que fazem a gente perder totalmente a nocao do tempo. Quer dizer, totalmente nao, porque nessas cidadezinhas africanas, quando dah 17h, as lojas fecham todas, some todo mundo da rua e, no caso de Knysna, surgem varios vagabundos esquisitos de todos os cantos, dancando e fazendo uma social intensa. Hoje mesmo tinha um negao mt doido berrando aos 4 ventos que ele era branco e rebolando, bem interessante, e inofensivo tb.

Mas entao, outra atracao da cidade eh o Knysna Elephant Park, um santuario de elefantes que, no passado, ja chegou a abrigar 80% dos elefantes de toda a Africa do Sul. Fizemos um tour lah hj e foi muito bom: chegamos bem perto dos elefantes e tivemos a chance de alimenta-los. A sensacao de um bichao daqueles pegando um pedaco de fruta na sua mao eh realmente unica, muito divertida e esquisita. Um deles ateh espirrou na minha cara e foi bem molhado, mas como eh meleca de elefante, nao tem problema! ahahuhua





Elefantinho agradece leite com beijinho


Amanha estamos de partida para Oudshoorn com o Baz Bus. Agora de noite vamos sair pra jantar e, finalmente, comemorar nossos 2 anos de convivencia pacifica num restaurante com musica africaner ao vivo (espero que deixem a gente entrar, jah que nas varias vezes em que passamos na frente hoje, nao vimos ninguem com menos de 60 anos lah.. ahuahuhua) e depois vamos pra Zanzibar, a boate aonde, de acordo com a recepcionista do albergue, "todos os locais vao para se remexer". (Medo!)


E esta foto aqui eh soh pq ele eh mt fofo. Por mais esquisito que isso possa parecer, eh quando eu passo mal que tenho mais certeza de ter uma pessoa realmente maravilhosa ao meu lado, com amor, carinho e companheirismo que me surpreendem a cada dia. Que ainda venham muitos aniversarios... :)

segunda-feira, 19 de janeiro de 2009

Comecando a Rota Jardim

Saudacoes de Port Elizabeth! Pulamos Chintsa e viemos direto para esta cidade simpatica no coracao da Nelson Mandela Bay no ultimo sabado, depois de 13h de viagem desde Durban pelo Baz Bus. (Bunda quadrada maxima, mas nao tao desconfortavel quanto poderia ser nos padroes locais!)

Este eh o inico da Rota Jardim, a viagem pela estrada N2, que vai passando por varias cidades praianas ateh chegar em Capetown. A cidade eh bem bonita, com uma faixa de praia calma e aguas mornas (o oceano indico eh super receptivo, gente! hahaha), pessoas sorridentes e bastante tranquilidade, um bom lugar pra relaxar bebendo uma Windhoek na brisa do fim de tarde. Fizemos isso ontem, e hoje de manha fomos passear pelo centro da cidade, antigo e muito bonito. Alem de conhecer os lugares, foi uma manha de compras bem peculiar, jah que achamos o equivalente afro do Barcas Shopping, onde pude comprar uma sapatilha por 4 reais, uma blusa por 7, uns livros usados na biblioteca por inacreditaveis R$ 0,08 e por ai vai. Admoestamo-nos por nossa brilhante capacidade de fazer 50 Reais equivalerem a uma fortuna pequeno-burguesa, o que, em tempos de crise, nao deixa de ser um dom bem util. auhhuahuauha

Mas engana-se quem pensa que somos tao pao-duros assim. Como de habito, ficamos no Formula 1, um hotel daqueles basicos, com essas coisas ridiculas as quais estamos mais do que habituados, como ar condicionado central, televisao, lencois limpos, travesseiros fofos e, obviamente, banheiro privativo. ahuhuahuauha Mas serio, essa pandega toda custou 80 reais a diaria, e como chegamos as 10 da noite na cidade, qual nao foi nossa surpresa ao, ao abrirmos a janela na manha seguinte, darmos de cara com aquele marzao besta se esparramando luxuriante para nos, numa gratificante surpresa sob o cruel sol africano. hehe Mas eh claro que, pessoas humildes que somos, nao podemos nos acostumar com todas essas condicoes basicas de higiene e conforto, mantendo sempre em mente que, o que nos espera nos proximos albergues, sao cobertas puidas, que reunem fios de cabelos de umas 30 nacionalidades diferentes (Deus abencoe a globalizacao!), banheiros lazarentos que demandam banhos de chinelo e, como nao poderiamos nunca esquecer, nossas amegas baratinhas, sempre tao calorosas e efusivas em nossos quartos.

Por falar nisso, estamos de partida amanha cedo para Jeffrey's Bay, a meca do surf sul-africano. Vejamos!

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Tostadinhos em Durban

Chegamos em Durban dia 13 trazidos pelo Baz Bus e, como o albergue que a gente tinha escolhido estava cheio, acabamos vindo parar num tal de Banana' s Backpackers, que fica no centro da cidade, em frente a uma colonia de mendigos e do lado do Sonja's Massage Club & Pole Dancing. Uma coisa assim, bem familia. Somos os unicos turistas daqui, jah que os outros hospedes sao uns 15 negoes que moram no albergue e a propria familia do dono. Eh esquisito, mas ateh que eh seguro. O predio eh interessante, deve ter uns 200 anos, e eh a diaria mais barata da cidade numa distancia relativamente boa em comparacao com os outros.

Esta eh a 3a maior cidade da Africa do Sul, e eh um lugar bem peculiar, com populacao majoritariamente zulu e indiana. O centro eh feiao, mas a orla, uma praia de 6km chamada de Golden Mile, eh uma graca, toda bem cuidada e policiada, com um que de Copacabana de uns 60 anos atras (ou assim imagino.. hehe). Eh td mt limpo e super organizado, tem placas e indicacoes para tudo e uma coisa que reparamos foi que em alguns pedacos do mar eh permitido entrar, mas nao nadar... faz bastante sentido.. ahhuahua

Outra coisa interessante eh que tem duas piscinas publicas lindas na beira da praia, para as criancas de ateh 12 anos, daquelas coisas que a gente nunca imaginaria que existiriam no Brasil. Alem disso, na praia tb tem o Cableway, um teleferico mt baratinho que permite uma vista linda de toda a Golden Mile, um parque de diversoes para as criancas e barracas de artesanato.

No final da praia esta o Ushaka Marine World, a coisa mais legal da cidade: um complexo turistico que tem o Sea World, o parque aquatico Wet'n'Wild e varios restaurantes e lojas. Ontem passamos o dia lah, devemos ter descido umas 50 vezes em cada toboagua, ao ponto de chegarmos no albergue as 17h totalmente cansados e tostados. Eu jah tinha ido ao Wet'n'Wild nos EUA, entao o que achei interessante notar eh que, enquanto lah eles sao super neuroticos em relacao a ordem e a seguranca, aqui na Africa eh o extremo oposto. Por exemplo, nos EUA tem que dar um intervalo de, sei lah, uns 40 segs entre uma pessoa e outra descendo no toboagua, para nao machucar quem vai na frente, essas coisas. Aqui, os carinhas que cuidam de cada atracao nao estao nem ai: se vc quiser ir junto com 23 amigos de uma vez soh, eles acham graca e te deixam ir tranquilo. Teve uma vez que desceram 2 gordinhos juntos, e eu era a proxima. O cara nao me deixou esperar mt pra descer depois pq a fila estava grande, entao no meio do toboagua, alcancei os gordinhos e acabamos descendo em trio.. com o gordinho do meio pedindo pelo amor de deus pra eu nao esmaga-lo, como se eu pudesse fazer alguma coisa.. ahhuahua Outra coisa interessante nesse parque foi a quantidade de muculmanos. A mulherada toda tapada de burka indo nos brinquedos, mas super vaidosa e maquiada. Afinal, nao tem problema se vc tah de burka e foi obrigada a casar a forca com um homem 50 anos mais velho, desde que seu bonezinho seja da Adidas, neh? ahuuhahua

E hoje nos metemos a andar pelo centro, para ir no tal Victoria Street Market, o mercado indiano apontado pelo guia Lonely Planet como "uma das maiores atracoes da cidade, onde eh possivel encontrar comidas excelentes e otimos precos, numa experiencia gastronomica unica." Andamos deveras, com todo mundo olhando com cara de "vou te assaltar" ou "vou te estuprar" pra gente para, ao chegarmos lah, notarmos que era soh um lugar sem graca e sujo, com umas barraquinhas xexelentas de carne e temperos, um monte de homens de cara feia e cabecas de carneiros a venda em todos os cantos. Essa nao eh, definitivamente, nossa ideia de experiencia gastronomica unica. ahhuahua Alias, tah pra nascer um guiazinho mais cascateiro do que o Lonely Planet, nao dah pra acreditar em nada do que eles dizem! ahhuahua

Entao eh isso. Queriamos ir embora daqui amanha mesmo, mas como o Baz Bus nao passa em Durban na 6a, vamos ter que esperar ateh sabado para seguirmos para Chintsa. (Oba, mais um dia de Wet'n'Wild, espero que nenhum de nos entre em coma se um indiano gordao cair na nossa cabeca num toboagua! huahuahuahu). E agora de noite, vamos ao cassino beber umas cervejas e, quem sabe, ganhar alguns milhares de rands. hehe

Seguem umas fotos daqui:



A Golden Mile e as piscinas publicas


Nos no Sea World


E mais 3 do resto da viagem:


Animal na pista

Leoes!

Um canyonzinho no caminho para o Kruger


PS: Tah pra nascer gente menos fotogenica! auhahua















segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Indo para a Suazilandia



Agora estamos de volta a Africa do Sul, em Nelspruit, fazendo hora para pegar o Baz Bus, a linha de onibus turistico que faz toda a costa do pais. Eh um esquema legal, vc compra um passe de 7, 14 ou 21 dias e pode subir e descer do onibus, que passa pelas principais cidades turisticas da Africa do Sul, onde quiser dentro desse periodo. Nossa proxima parada eh a Suazilandia, o tal reinozinho independente que fica dentro do territorio sul-africano. Nos nem queriamos mais ir la, mas eh parada obrigatoria do Baz Bus, entao vamos soh passar a noite e partir para Durban amanha cedinho.

Chegamos aqui ontem de manha, vindo de Maputo. Desta vez nao nos rendemos ao trasnporte popular, entao acabamos pagando mais caro pra vir numa van soh para turistas, que acabou valendo cada centavo. hehe Tinhamos combinado em vir de carona com o Mike, um americano que comprou um carro mt velho aqui e queria que a gente dividisse a gasolina com ele. Parecia uma otima ideia, mas depois ele nos disse que nao tinha carteira de motorista e estava com um monte de maconha pra vender, entao, pra nao arranjar problemas, demos um perdido e saimos enquanto ele dormia, deixando um bilhete dizendo que eu estava passando mal. Mas qual nao foi nossa surpresa quando chegamos no albergue aqui depois do almoco e demos de cara com ele. Eu cheguei toda saltitante, lepida, fagueira e cheia de saude, ai ele olhou pra minha cara e perguntou se eu tinha melhorado. E eu: "melhorei? ahn? ... ah, sim!! melhorei, poxa, eu tava super mal!!" hauhahuahu

Enquanto ainda tenho algum tempo de internet, vou aproveitar para colocar umas fotos da gente aqui:





Eu e o guia da orelha estranha em Soweto


opa, acabou o tempo de internet, fui!

Mocambique!

Imagine uma van de 22 lugares, na qual estao sentadas 26 pessoas, sem ar condicionado, com janelas fechadas num calor de 45oC, sob um sol inclemente. Nos poucos espacos onde nao ha ninguem sentado, ha bolsas, sacos de comida, esteiras, vasilhas e tudo mais que alguem puder carregar. Agora imagine passar 11hs assim, sacolejando o caminho todo, com o motorista parando em todos os vilarejos para falar com conhecidos ou comprar frutinhas e refrigerantes de uma das cerca de 50 pessoas que cercam a van para tentar desesperadamente vender alguma coisa para os passageiros.

Pois e, assim foi nossa viagem de Maputo, capital de Mocambique, onde chegamos na ultima 3a, ate Tofo, a regiao de praias do pais aonde os sul-africanos costumam ir para passar ferias. Nos achamos que a viagem de minibus pela fronteira tinha sido dificil, mas sem duvida nenhuma esse trajeto para Tofo (ida e volta!) foi o percurso de viagem mais dificil que a gente ja fez. E eu que reclamei da cholas fedorentas de La Paz, com seus frangos fritos e lhamas empalhadas no onibus... hahaha

Mas esse perrengue todo pra chegar valeu muito a pena. Tofo eh um lugar encantador, uma vilazinha pertencente a cidade de Inhambane, com uns 400 moradores, praias incriveis (Tofo e Tofinho sao as mais famosas) e um ar ainda selvagem totalmente idilico. O lugar me fez pensar na vila de Trindade de uns 50 anos atras, quando ainda nao havia tanta gente, tantos carros, pousadas e campings, com suas praias ainda bastante vazias e uma agua completamente cristalina, com a temperatura exata para o calor absurdo que faz durante o dia. Fazia tempo que a gente nao pegava uma praia tao boa assim! E das pessoas que conheci, o povo de Mocambique eh, sem duvida nenhuma, o mais simpatico. Sao de uma gentileza e inocencia tao encantadores que a gente ateh fica meio sensibilizado, principalmente porque se percebe que eh uma coisa totalmente genuina, da natureza deles mesmo. Ando ate pensando em, no futuro, em vez de adotar uma crianca congolesa, adotar uma mocambicana mesmo. hehehe
Bom, me apaixonei por Tofo, mas de Maputo mesmo nao gostamos muito. Eh uma cidade extremamente pobre e suja. Os predios sao muito velhos e caindo aos pedacos, parece que a guerra civil acabou no final dos anos 90 e eles ainda nao tiveram condicoes de reconstruir nada. A infra-estrutura turistica eh praticamente inexistente e tudo eh caro demais, enquanto a maioria da populacao, conforme nos disseram, ganha um pouco mais de 2 reais por dia. Dah uma pena... gostaria de poder fazer alguma coisa pra ajudar, mas a sensacao que se tem eh que a Africa, infelizmente, nao vai ser desenvolvida e feliz nem tao cedo...

Bom, abaixo, algumas fotos da gente la em Tofo:

Eu na praia de Tofo as 6 da manha



Vista de Tofo ao entardecer




Mercado de artesanato da Vila, logo na entrada da praia



terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Kruger Park

Ok, Julio resolveu (tentar) jogar sinuca com um australiano e decidi aproveitar pra escrever mais.

O Sam, guia risonho da agencia Livingstone Trails, buscou a gente no albergue em Jo' burg na manha do dia 4 e seguimos em direcao ao Kruger, para o pacote de 3 dias. Paramos em dois lugares lindos no caminho ateh la, uma cadeia de montanhas sensacional (The Three Rondawells), e a God' s Window, que tambem dava vista para montanhas sensacionais. Tambem iamos visitar um canyon enorme (que esqueci o nome agora), mas tinha uma chuva de granizo tao forte que a gente ficou com medo de ter traumatismo craniano na corrida ateh la... hehe, por isso acabamos nao indo, uma pena.

Dormimos no Timbavati Lodge na primeira noite e, na manha seguinte, adentramos o Kruger para o primeiro safari do dia. Um frio e uma ventania dos infernos, mas conseguimos ver a bicharada toda. O bom de ter vindo nesta epoca do ano (comeco do verao) eh que todos os bichos tinham tido filho, entao havia muitos e muitos filhotes por la. No safari noturno, alias, demos de cara com um leao, uma leoa e 3 leoezinhos deitados no meio da pista. Quando chegamos ele levantou, saiu rebolando malandramente e ficou rugindo pra gente na beira da estrada, uma coisa bem legal de se presenciar. E os gringos entao, nao sabiam se olhavam, fotografavam ou tinham orgasmos multiplos, tudo ao mesmo tempo, de tanta empolgacao. ahhaha Coisa boa deve ser ser um leao no Kruger Park, dormindo 18hs por dia, com todos os funcionarios do parque cuidando de voce, so tendo que posar pra fotos de vez em quando, uma verdadeira celebridade.

Valeu muito a experiencia. Gostei de dormir numa barraca ouvindo os leoes rugindo, sapos divertidos, grilos e mais um zilhao de outros tipos de insetos - mas nao foi tao selvagem quanto eu imaginava. Acho que a gente espera uma savana toda seca, a natureza cruel se revelando a nossa frente, leoes estracalhando zebras, fugas espetaculares, suricatos em todos os lugares, esse tipo de coisa. Mas os bichinhos sao bem mais calmos na vida real. haahahah Agora sei o trabalho que esse povo da National Geographic tem pra juntar todas aquelas imagens interessantes que passam no Animal Planet. (Mas pai, voce teria gostado muito de la, lembrei muito de vc... milhares de tipos de passaros diferentes, cada canto fantastico, vc ia adorar!)

Agora estamos no Nelspruit Backpackers, um albergue de hippies malucos e desdentados, bebendo cerveja e conversando com uma gente esquisita. Isso eh uma das coisas que eu mais gosto em viagens.

Estamos bem animados com a ida a Mocambique amanha! E eh isso...

Finalmente...

Consegui acessar a internet!

Chegamos em Joanesburgo dia 2 e nao gostamos muito da cidade. Tem muita violencia e todos os moradores sao extremamente neuroticos com isso: ninguem anda de onibus e eh praticamente impossivel conseguir pegar um taxi na rua, num supermercado ou em qualquer outro lugar. Quando a gente consegue, o preco eh mt alto. As distancias sao absurdas e eh praticamente impossivel andar na rua: nas vezes que tentamos, eram ruas enormes e ninguem mais andando, um pouco assustador. Parece Brasilia na verdade, um lugar que realmente nao foi feito para pedestres.

Pra conhecer a cidade, fizemos um tour particular com o Jabu, um negao zulu que levou a gente de carro pelo centro (onde nos advertiram mil vezes para nem pisar) e ate Soweto. Esse lugar eh um bairro onde, nos anos 70, aconteceram as revoltas de estudantes negros contra o sistema, protestando contra o ensino em africaner e pela opressao que sofriam de maneira geral. A policia, em resposta, saiu atirando e, entre as criancas que matou, estava o Hector Pieterson, um garoto de 13 anos que acabou virando martir da causa (embora a irma dele tenha dito que ele so foi la no dia pra ver qual era a do movimento.. hehe) Soweto acabou virando o centro da revolucao e teve importancia fundamental para o que acabou levando ao fim do Apartheid. Visitamos o museu e o momumento que construiram em homenagem ao Hector, a casa do Mandela e a do Desmond Tutu, que ficam na mesma rua (duas mansoes, diga-se), a igreja Regina Mundi, que tem uma madona segurando um Jesus pretinho fazendo o sinal da paz (bem roots... hehe) e a favelinha ( a parte mais pobre), onde um guia com uma orelha mt estranha foi contando a historia pra gente e nos levou pra conhecer uma das casinhas. acho que Soweto virou uma coisa mt pra gringo ver, sabe? Mas foi interessante descobrir que a banda Kaiser Chiefs tem esse nome por causa de um jogador que jogava no time homonimo aqui da Africa e depois foi jogar na Europa.. hehe Nada de mais, mas eh o tipo de coisa boba que eu e Julio gostamos de descobrir... hahaha

No dia seguinte, fomos a Gold Reef City, um parque tematico muito legal, baseado na extracao do ouro no pais. Tinha minas, brinquedos em geral e uma montanha russa animal, a Anaconda... tao legal que todos os nativos adoram, por isso tinha umas filas de mais de uma hora. hehe Ah, visitamos tb o Apartheid Museum, que fica na frente do parque, legal.

No dia seguinte fomos para o safari no Kruger Park, de onde chegamos hoje mais cedo (mas estou sem saco de escrever sobre ele agora, falo sobre isso mais tarde). Ah, estamos em Nelspruit, vamos amanha pra Maputo, Mocambique, se tudo correr bem. :)